segunda-feira, 16 de março de 2009

Finalidades

Recebi, nas últimas semanas, boas notícias de amigos e amigas que acessaram o blog e deram retorno carinhoso via e-mail, telefone ou pessoalmente. Alguns se identificam com o corte de cabelo, outros com o banho de jacaré, com o bolinho de bacalhau no boteco, ou com a dificuldade e a poesia de viver entre os pares. É gratificante ver e sentir a disposição dos amigos comigo. Mas comecei, nesse movimento, a me preocupar, supondo que tais visitas impliquem uma expectativa de bons textos, ótimas ideias, bom humor, sagacidade, que talvez eu não consiga cumprir. Então, para minha própria conta e tranquilidade, resolvi botar no papel a finalidade desse blog.

Quando inaugurei o Maricota•MG, decidi que os textos deveriam ter, mesmo os mais curtos, mesmo os não terminados, mesmo os mal escritos, alguma ideia que extrapolasse a mera descrição de um evento vivido, ouvido ou presenciado, mas que pudessem atrair o leitor não apenas por essa ideia, como pelo contar de algo que lhe fosse próximo. Também pensei que não gostaria de ficar na simples divagação, queria evitar fazer aquela filosofia rasa de botequim (geralmente deliciosa, mas quando regada a um bom copo de cerveja ou de vinho, petiscos, cercada de vozes e sob uma luz suave) e porque para mim as vivências aguçam meus pensamentos muito mais do que partir da pura abstração. Outra condição, personalíssima, foi a de evitar uma obrigação profissional com o blog. Assim, posso postar somente coisas que eu sinta que de fato me digam respeito e ter com ele uma relação bastante prazerosa, embora nem sempre fácil. Apesar do nome divertido, do espírito de cronista e da escrita leve, esse blog é muito pessoal, flutua conforme meu estado de espírito e, por conta disso, nem sempre será tão bem humorado quanto alguns posts passados. Imagino que mesmo um José Saramago, um Guimarães Rosa, ou outro gênio da literatura, sofra com as alterações de humor, com seus dias de maior ou menor inspiração ou vontade. Logo, comigo não haveria de ser diferente (não por conta da genialidade, é claro, apenas da humanidade em comum). Espero que vocês possam compreender minhas inúmeras limitações (no manejo das palavras, na exposição de temas demasiado íntimos) e ainda assim, em minha companhia, sentir-se tocados pelos textos e vivências. Essa é, afinal, a sua/minha finalidade.

4 comentários:

  1. Ok peguei o jeitão da coisa, mas pelo que conheço podemos ter textos e vivências até tristes ou dramáticas, mas o que eu captei é que pode estar tudo muito ruim, mas vc sempre acha um sorriso para os outros, uma tirada bem humorada, ainda que seja um intervalo, entre uma rateira e outra que a vida nos dá.
    Portanto , pelo menos eu espero de você ninguém mais que vc mesma. Que alguém outro dia até comentou: Está quase bom, como diria a Márcia.
    bjks queridona, e saudades de vc
    Patricia

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  2. Era "quase razoável"... Só eu, mesmo, pra dizer algo do tipo. Aliás, acho que esse caso vou ter que contar aqui...

    Querida Patricia, que saudades do seu bom humor também.

    Bjks

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  3. Márcia, como te disse na casa do Bruno, me divirto lendo seus textos... Gosto de ler blogs de amigos, na impossibilidade de encontra-los tanto quanto gostaria.
    Só acho que não procede essa preocupação em ter que ser sempre inspirada. Sua despreocupação é o charme do negócio!

    beijos
    Mariana

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  4. Oi, Mariana,

    valeu!!! Eu realmente preciso me sentir bem leve nesse blog. Pode continuar lendo (vou gostar muito).

    Um beijão

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